Em meio a chamas iridescentes
Consome-se um ser velho e doente
Que agoniza à espera da bênção
Que lhe traga a ansiada redenção
.
E o povo, cercando-o, murmura
Palavras inaudíveis, repletas de doçura
Perante o triste desenlace que aguardava
Aquele a quem a turba tanto estimava
.
Mas eis que das cinzas assoma um vulto
Que toma corpo e se ergue resoluto
Em meio às brasas ainda ardentes
.
Um homem enfim novo e forte
Vencedor da dor e da morte
De olhar puro e resplendente.
Jaime de Campos
março 2024
heterônimo de Leandro Ciccone
dezembro 1993