Da ponta de Sagres, diante do mar bravio
Lançou-se então a ambição solene:
Alcançar os limites de míticas terras
Arrostar os perigos de ignotos oceanos.
Diminutos navios de múltiplos velames
Perdidos na imensidão do Mar Tenebroso
Na cabotagem d’África a aprestar suas artes
– marujos e cruzados, mascates e artilheiros.
Louca aventura a revelar novos mundos
Orbes de lucros e fés ascendentes
Navegadores de audácias, cartógrafos de medos
– híbrido de insensatos e desbravadores.
Metáfora dos oceanos que se abrem
Aos Povos e aos Homens;
Seduções do Eterno Desconhecido
Na experiência da vida – e do tempo.
Que nem mesmo o medo
Possa impedir a jornada.
Naus se fazem para enfrentar o mar
– não para se proteger no cais.
Leandro Gonsales Ciccone
05 de fevereiro de 2018
– para Nathan Jean –