Heterônimos

Tarde de um sábado de inverno em 1991. Lá estava o escritor diletante (eu) em meio a idéias de textos. Foi quando algo aconteceu – uma tempestade cerebral ou pior – e tais idéias ganharam personalidades próprias. Daí a consolidar tais personalidades foi um passo. Em minha mesa, naquela tarde, sentaram-se dezenove “pessoas”, já então quase todas mortas (hehe). Desde um padre jesuíta do século XVII – Ernest Miller Goithbarg – até um professor americano, herói da 2°Guerra Mundial – Arthur Edward Collins – ganhei ali alguns parceiros; empresto-lhes minha destra desde então. Alguns já não escrevem mais; outros seguem firmes. Apresentá-los-ei por aqui. E suas biografias também serão, aos poucos, incluídas.

Mais tarde, aos dezenove originais, reuniram-se mais três (todos vivos, finalmente!): Hernane Caruso, que completou 90 anos agora em janeiro, e cujas crônicas logo estarão presentes; Juan Carlos Alargón, espanhol polemista de ares modernosos que fez questão de marcar presença já; e Cláudio de Lima, garoto ainda, que em breve buscará ser aceito também.

Antes que me esqueça: por mais louco que isso possa parecer, creio ser melhor trazê-los ao mundo do que aprisioná-los em mim; sabe como é, acabaria num manicômio por estar (supostamente) falando sozinho…